Anna Carolina Fritzen

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Joana é uma menina rude com temperamento difícil e meio rebelde, mora com seus pais e sua irmã mais velha, Camila. Ela sempre gostou de sair cedo de casa e só voltar bem tarde, às vezes bêbada. Seus pais morriam de preocupação e já estavam cansados de ficar acordados esperando-a. Camila era mais tranqüila, a filha perfeita. Sempre tirava notas boas na escola. Mas Joana e Camila sempre foram muito amigas e a maioria das vezes elas saiam juntas, menos quando Joana estava com certos amigos que Camila não gostava muito. Gostavam de ir ao shopping, sabiam de todos os filmes, e quando estreava um já iam vê-lo. As duas eram muito inteligentes mesmo Joana sendo mais rebelde não ficava pra trás nas provas. Ia muito bem nas exatas, mas não gostava muito de ler. Algo estava mudado em Joana, estava muito distraída, não gostava mais de sair e voltar tarde, nem com Camila saía mais. Algo bom para os seus pais, mas até eles estavam preocupados. Joana não comia direito, suas notas tinham caído muito. Camila resolveu conversar com a irmã para ver o que estava acontecendo. Joana não quis contar e ficou muito aflita. Ela brigou com Camila, coisa que não acontecia desde que elas deixaram de ser criança. Camila ficou super preocupada e foi investigar, mas não sabia por onde começar. Resolveu falar com o melhor amigo de Joana, Paulo. Paulo ficou aflito, teve uma reação muito parecida com a de Joana, mas percebeu que era importante contar para Camila, pois o que tinha acontecido, era muito sério. Ele contou tudo pra ela: - “Percebi que Joana mudou, estou preocupado também. Mesmo tendo prometido para ela, não contar nada a ninguém, acho melhor você saber. Uma das noites que Joana chegou tarde em casa, estávamos com nossos amigos bebendo muito. Um garoto misterioso que estava andando com a gente à pouco tempo, pois se mudou agora pra cidade, se interessou por ela, e como estava fora de si, tentou beijar Joana. Ela não gostava nadinha dele, foi uma das pessoas que discordou da entrada do menino no grupo. Ele é bonitinho, olhos claros e tal, qualquer garota se apaixonaria por ele. Mas parecia que Joana sabia de algo, sei lá, ela disse que não se sentia bem por estar perto dele. Enfim, o que aconteceu foi que Joana estava com uma garrafa de vodka na mão, bebendo, e na hora que ele tentou beijá-la ela deu com tudo na cabeça do garoto, se não me engano o nome dele é Cauã. Ele caiu no chão e não se levantou mais. Joana ficou desesperada, na hora todo o efeito do álcool sumiu. Não sabia o que fazer. Um amigo nosso disse para colocá-lo dentro do porta malas, mas antes tirar todos os pertences dele e queimar. Levaram ele para um matagal próximo de onde nós estavam. Jogamos o corpo ali mesmo e fomos embora. Isso que aconteceu. – Disse Paulo.
Camila agradeceu, e voltou pra casa. Dias depois Joana ainda aflita, descobriu que haviam achado o corpo, mas como era cidade pequena, não deram muita atenção porque acharam que tinha sido um assalto, pois suas coisas não estavam com ele e pela pancada na cabeça. Mas com essa tragédia, a história da família de Cauã veio à tona. Uma lenda que vinha há décadas com eles era que o homem que tivesse contato com o sangue
de um deles morto, morreria também. No enterro, foram poucas pessoas, apenas os vizinhos e sua família, porque não eram muito conhecidos na cidade nova. Sua mãe muito abalada, escreveu algumas palavras para ele, e em seu tumulo escreveu “Menino Cauã Soares, descanse em paz. Nunca mais voltaremos a vê-lo”. Joana ainda não sabia da lenda da família, mas ficou mais calma por não terem encontrado nada que os incriminasse, entretanto Camila sabia de tudo. Meses depois, as duas já tinham voltado ao normal, mas sempre com o segredo guardado. Saiam juntas, se divertiam, e tinha um filme novo em cartaz no cinema. Correndo, Camila e Joana chegaram em cima da hora para o filme. E ainda tinham que comprar os bilhetes. Como as filas estavam cheias e elas pagariam com cartão, foram para as maquinas automáticas. Procuravam e procuram e não conseguiam achar o maldito filme. Camila vasculhou a lista, não muito grande três vezes e em fim conseguiram. Mas a máquina parecia que tinha vida própria, Camila marcava dois bilhetes, e ela desmarcava. A máquina ao lado foi desocupada, então, Joana foi comprar o seu separado da Camila. Camila já havia comprado e só esperava Joana terminar. Joana de novo demorou a achar o filme, mas conseguiu achá-lo e finalizou a compra, só faltava recolhe-lo e sair correndo para a sessão do filme. Mas... não podia ser! O que seria aquilo?! Uma brincadeira de mau gosto? Joana recolhia o seu bilhete, horrorizada, pois estava manchado de sangue e dizia: “Menina Joana Santos, descanse em paz. Nunca mais voltaremos a vê-la.” Joana ficou assustada, e com mais calma foi pensativa para a sessão que já teria começado. Após terminar o filme, estava distraída, e as duas comentavam sobre o mesmo. Saindo do shopping, Camila e Joana foram para um bar encontrar uns amigos. Joana por um momento saiu do bar e ao atravessar a rua, não viu um carro que passava em alta velocidade e foi atropelada. Os amigos de Joana ouviram os gritos das pessoas na rua e foram ver o que tinha acontecido, quando viram que Joana estava caída no chão cheia de sangue em volta ficaram atormentados. Joana não resistiu. Sem saber do bilhete com a mensagem de “despedida” no bilhete do cinema. Camila fez uma homenagem a irmã, e em seu tumulo estava escrito “Menina Joana Santos, descanse em paz. Nunca mais voltaremos a vê-la”.