Estephany Souza


A menina que acreditava em fadas


          Em um castelo num lugar maravilhoso, havia uma princesinha chamada Annie de 7 anos de idade. Morava com seu pai, o rei, sua babá e seus empregados, sua mãe havia morrido não fazia muito tempo. Antes de morrer sua mãe lhe contava lindas historias de contos de fadas. A partir de então ela sempre sonhava com fadas e acreditava que um dia poderia encontrar seu príncipe encantado e sua vida seria como nos contos.
           Além do amor e companhia de seu pai, Annie sempre tinha o que queria. Pois seu pai lembrava da sua mãe quando ficava perto da filha, então dava tudo o que ela queria para não perceber sua ausência e sempre procurava pensar no dever de representar o país, pois assim não precisaria ficar tão perto dela. O que ele não sabia, é que sua filha o amava muito e sempre queria estar por perto do pai.
          Annie muito sonhadora foi crescendo e continuava a sonhar, e que seus sonhos em um dia muito próximo iriam se realizar. Quando ela era pequena sua mãe gostava de levá-la ao jardim e costumava dizer que lá era mágico, então todos os dias ela andava pelo jardim, admirava as flores, ela adorava ficar perto de tudo que era belo.
           Na adolescência a princesinha muito vaidosa e mimada, porém sensível e sonhadora, tornou-se a mais bela princesa de todos os reinos. Os príncipes admirados com toda aquela beleza disputavam por seu amor.
          Seu pai preocupado com o futuro da filha procurava príncipes com boas condições para casar com a bela. Mas na verdade o casamento precipitado seria um pretexto para ficar mais longe da filha e não sofrer mais. No inicio Annie concordou, pois tinha certeza de que algum desses príncipes poderia ser quem esperava.





          Após alguns momentos com os príncipes, Annie começou a ficar preocupada, nem os mais belos príncipes lhe agradavam, mas ela não perdia a esperança.
           Num dia maravilhoso, ao andar pelo jardim, tropeçou em uma pedra, e entre galhos e arbustos ia caindo em um penhasco, para que a princesa não sofresse danos maiores, um de seus empregados que estava por perto a segurou, mas Annie não gostou nada e reclamou:
- Como ousa a me tocar?
          Sabe que empregado algum pode ter nenhum tipo de contato com a realeza, muito menos físico, me solte!
O bom moço também furioso, não gostou da reclamação da princesa;
-Uma princesa mimada como você, não deveria representar o país. Eu deveria ter te deixado cair.
           Assim livraria o mundo de muitas catástrofes no futuro.
Annie achou um absurdo o que aconteceu, pois ninguém nunca havia falado com ela daquela maneira, muito menos um de seus empregados. Sem pensar duas vezes foi logo falar com seu pai do acontecido:
-Papai, um empregado me maltratou. O senhor tem que despedi-lo agora!
           Mas o rei estava ocupado demais com suas obrigações para ouvi-la. Annie logo desistiu, pois sabia que seu pai não a ouviria como sempre fazia, então achou melhor esquecer tudo.
          No dia seguinte, enquanto admirava as rosas do jardim, do outro lado estava o garoto com quem tinha discutido no dia anterior. De repente os dois se olharam fixamente, Annie se virou rapidamente, pois não queria causar impressões, depois correu para dentro do castelo, onde se trancou no quarto.         Chamou Alice sua babá e perguntou quem era o rapaz:
-Não que eu estivesse interessada, imagine uma princesa como eu interessada em um caipira desses que nem tem dinheiro.





             Claro que Alice achou estranho, pois Annie nunca tinha perguntado por nenhum de seus empregados do castelo. A não ser para reclamar.
-Ele é o filho da cozinheira real, Helena.
-Qual o nome dele?E por que eu nunca o vi aqui?
-Miguel.
             Ele estava estudando no interior, mas com dividas que o pai deixou quando morreu Helena teve de interromper os estudos dele para pagar o que devia.
             No jantar, sentada a mesa com seu pai, era como se estivesse sozinha, pois seu pai nem para jantar deixava os compromissos de lado. Para a filha, dizia que batalhou muito para chegar onde está por isso tem que recompensar a todos que o apoiou com esforço e responsabilidade.
             E responsabilidade para o rei, significava honrar seus compromissos sem intervenções, e nada era mais importante do que seus compromissos, nem mesmo a família.
             Logo bem cedinho, Annie tinha aula de arco e flecha, era sua primeira semana, mas era como se fosse o primeiro. Miguel assistia a todo aquele desastre e ria como se estivesse em um show de comedia.
            Ao terminar a aula, Annie continuava treinando para ver se conseguia algum progresso, mas só piorava o que já estava ruim. Miguel foi tentar ajudá-la, mas orgulhosa a princesa não aceitou a ajuda.
-Se você levantasse um pouco mais o braço... -disse Miguel dando-a uma dica para que melhorasse a pontaria.
            Perto demais, Miguel levou uma cotovelada no nariz. Annie envergonhada se desculpava sem parar.
-Desculpa, desculpa, por favor, me desculpa?!
-Tudo bem. Vamos tentar de novo.
-Claro que não! Não viu que sou um desastre para a sociedade?!
-Ainda bem que você reconhece. É só renegar o trono, assim pouparia a sociedade de suas tragédias.




-Você não deveria falar assim comigo. Não pensa nas conseqüências que poderia te trazer?
-Estou te fazendo um favor de ser sincero com você, e dizer o que todos pensam.
-O que você pensa.
-Ok. Vamos parar de discutir. Deixa eu te mostrar como é.
           Miguel segurou firme na Mao da princesa, mirou no alvo e acertou a pontaria. Muito feliz ela o abraçou e depois se olharam por alguns instantes o agradeceu e se foi.
           Depois disso todas as vezes que os dois se encontravam discutiam suas diferenças. Desde então Annie não parava de pensar no garoto, mas tentava evitar, pois não poderia pensar na possibilidade de ser além do que poderia ser, pois não era quem queria que fosse.
           Naquela noite Annie sonhou com uma fada que dizia: ”A magia tocará seu coração quando menos espera, e surgirá na sua vida, justo quando mais precisa. Feche os olhos e verá que tudo pode se tornar realidade.
           E um final feliz terá.” Ao acordar a princesa pensou muito em seu sonho, e imaginava se tinha algum significado em sua vida, pois não sabia exatamente o que queria dizer.
           Quando a princesa se dirigiu para a sala de refeições se deparou com uma mulher muito linda sentada com seu pai. Ao sentar-se à mesa o rei apresentou Valéria como sua futura esposa e rainha, a partir daquele momento ela iria morar no castelo com eles.
           Apesar de sua futura madrasta parecer simpática Annie ficou surpresa, ela não queria que ninguém substituísse sua mãe.
           Mal tinha começado a tomar o café da manhã, correu para seu quarto e se pôs a chorar. Alice que viu toda a cena foi atrás da princesa para apoiá-la.
-Annie não fique assim. Seu pai tem todo o direito de ser feliz. Ele merece alguém que o faça feliz, está a muito tempo sozinho se dedicando a você e a todo o reino.



-Está errada Alice. Ele nunca fica comigo, só se importa com o reino dele. E agora que vai se casar vai esquecer totalmente que eu existo, e eu não quero isso.
           Sei que não tenho todo o amor dele, mas vou lutar pelo pouco que tenho.
-Como assim Annie? O que você vai fazer?
-Não vou deixar que ele se case com ela.
           Alice ficou preocupada pelo que Annie estava pensando em fazer, e pensava nas conseqüências que poderia causar. Logo na primeira oportunidade Annie tratou de pensar em alguma coisa que pudesse separar Valéria de seu pai. Havia um jantar na casa de uns amigos do rei que também fazia parte de outro reino.
           A princesa então foi ao jardim para pensar no que poderia fazer, pois era o único lugar que lhe trazia inspiração. Enquanto pensava, Miguel que estava regando as plantas, de propósito jogou água na princesa, que, claro ficou com muita raiva.
-Oh desculpa alteza, não tinha a intenção de te molhar... Muito. – disse Miguel num tom irônico.
-por acaso eu sou transparente?
-O que está fazendo aqui? Não deveria estar almoçando com seu pai e sua madrasta?
- não estou com fome. E ela não é minha madrasta! Sai daqui que estou pensando e você está me atrapalhando.
-Nossa a princesinha pensa. Pensei que seus empregados te poupassem disso também.
-Não vou discutir com você. Tenho coisas mais importantes para fazer, do que ficar discutindo
com um caipira estúpido.
            Depois de muito tempo pensando, Annie percebeu o quanto Valéria era preocupada com a aparência. Então teve a idéia de colocar cola no xampu dela, e para piorar rasgou o vestido que ela iria usar no jantar.
            Após o plano executado só restava esperar as conseqüências. Para sua surpresa as coisas saíram pior do que



ela esperava. Seu pai logo desconfiou dela, pois ela não tinha concordado com o casamento. Depois de uma longa briga o rei a deixou de castigo.
            Para que o jantar não fosse cancelado o rei mandou adiar. Histérica, Valéria não parava de lamentar pelo cabelo cheio de cola, o rei mandou chamar o melhor cabeleireiro do país, enquanto o vestido, o rei contratou o melhor estilista para fazer o vestido dos sonhos da amada.
            Isso só deixou a princesa mais irritada.
No quarto a princesa pensava em outro plano para se vingar da futura madrasta, de repente Valéria entrou com um sorriso simpático como se nada tivesse acontecido, e falou:
-Deve ser muito ruim crescer sem mãe, sem um carinho materno, ainda mais para uma princesa que vive no meio de tanta pressão política.
            Sua vida deve ser muito triste aqui dentro desse castelo, sem poder ver o mundo lá fora. Eu não queria estar no seu lugar.
-Minha vida é melhor do que a sua. – retrucou Annie.
-Com certeza não. Você pensa que não te falta nada e que tem tudo. Eu tenho amigos, família, o amor de seu pai. Tudo o que você não tem.
-Se minha mãe estivesse viva você nunca iria ser feliz com meu pai.
-Isso é o que você acha. Como sua mãe era ela nunca faria seu pai feliz.
           Annie ficou assustada e curiosa, pois nunca tinha olvido falar de sua mãe. Seu pai não gostava e os empregados eram proibidos de falar nela.
-O que você sabe dela?
-Eu e seu pai já nos conhecíamos antes de sua mãe, mas por certos motivos tive de sair do país então ele a conheceu e tiveram você.
            Mas ela não servia para um reino, não tinha maturidade para ser rainha muito menos para comandar um país.
          Seus avôs nunca gostaram dela, sempre achavam que seu pai merecia algo melhor, mas o mal já estava feito.
“Depois ela começou a andar com más influências e a mexer com drogas, não ligava para a vida, não se preocupava com ela, muito menos com seu pai e você.”
         Ouvindo tudo aquilo, a princesa ficou confusa, pois não sabia se a megera estava falando a verdade, nunca esperava isso de sua mãe. Annie só pensava no que Valéria tinha falado, e tinha que saber a verdade de alguma maneira. E só tinha um jeito de saber a verdade.
          A princesa foi fazer algo que sempre quis, mas que nunca pôde. Procurou seu pai para saber tudo.
-Papai, eu preciso saber a verdade da mamãe.
-Por que isso agora? Você nunca teve nenhuma curiosidade de saber de sua mãe.
-Toda minha vida eu quis saber. Eu tenho esse direito
-se eu nunca te contei não vai ser agora que você vai saber.
             Muito triste Annie se trancou no quarto e sobre prantos ficava agoniada com algo que poderia ou não ser verdade, mas fazia parte de sua vida.
              Miguel que estava na cozinha ouvindo a discussão de pai e filha, viu toda a cena e ficou comovido, pois pensava que a princesa era muito feliz, mas percebeu o quanto ela precisava de amor e carinho, então começou a pensar nos momentos que tiveram juntos.
               Com Annie não era diferente,, por alguns instantes ela se pegava pensando no rapaz, mas não sabia o porque, pois não tinha motivos para gostar dele. Já Miguel não poderia gostar de uma princesa, pois suas classes o impediriam de ficar juntos, e mais ainda a forma diferente de que foram educados.
               Logo quando amanheceu Annie não suportava viver entre mentiras e teve a decisão precipitada de fugir do reino e deixou uma carta de despedida e que ninguém fosse procurá-la. Minutos depois todos já sentiam a falta da princesa e preocupados faziam de tudo para ver se a encontrariam.
             Miguel sem entender o motivo de tanta tensão no castelo, perguntou para Alice:
- O que aconteceu?


-Annie fugiu!
-Por quê?
-Não sei. Talvez seja pela discussão que teve com o rei, ou por causa da Valéria.
            Miguel ficou desesperado, pois poderia acontecer alguma coisa com a princesa, já que ela nunca saiu sozinha para fora do castelo. Ele foi para o jardim para pensar um pouco, e olhando para as flores recordou mais uma vez de seus momentos que só se passavam pelo jardim, no lugar mais bonito do castelo, pensando nisso, se lembrou de um lugar, meio afastado do castelo, mas ainda no jardim onde tinha à visto um dia.
            Foi até lá para ver se tinha algum sucesso, mas sem esperança de não voltar a vê-la mais. Ao chegar perto escutou choro, para seu alivio era a princesa. Annie ouviu um barulho dos arbustos se mexendo, e viu que era Miguel, sem parar de chorar Annie o abraçou bem forte, as lagrimas pareciam não ter fim.
              O garoto também a abraçou e a acolheu. E entre suspiros e caricias Miguel a reconfortou entre palavras:
-Não chore mais. Tudo vai ficar bem.
-Nada é como eu pensava, e como eu queria que fosse.
-Não quero que chore, não posso suportar te ver sofrer.
             Annie sem entender o olhou, e Miguel a beijou. Instantes depois pararam, pois tinham ouvido vozes por perto. Annie não queria ser vista, então pediu para Miguel:
-Me leve para longe daqui.
            Miguel vendo a situação, sem que os guardas vissem, ele a levou para dar um passeio pela cidade. Annie ficou encantada em ver como a cidade era linda, como tinha pessoas diferentes. Miguel mostrou os lugares mais bonitos e mais românticos da cidade, e também ao parque.
            A princesa nunca tinha se divertido tanto, mais feliz ela estava por estar por perto de Miguel. E quando se deu conta já estava apaixonadíssima pelo rapaz.
            Quando pararam para lanchar, Miguel tentava convencer a princesa a voltar para o castelo:
  - Você precisa voltar.
-Eu não quero.
             Eu não vou mais agüentar no meio de tanta mentira- Miguel logo entendeu do que se tratava.
-Se você não voltar, você vai ter que conviver com isso pelo resto de sua vida
             Annie pensou em suas condições, e aceitou voltar para o castelo com ele. E enquanto conversavam falavam de suas vidas particulares, foi aí que Miguel compreendeu melhor os  problemas que Annie tinha desde a infância. A princesa também se surpreendeu ao saber da historia de Miguel.
            Anoitecendo, Miguel a levou de volta para o castelo, onde o rei e os empregados estavam desesperados à procura da princesa, ao verem que a moça estava bem, todos suspiraram de alivio, pois o rei estava muito furioso por ninguém ter visto a fuga da filha, e se acontecesse alguma coisa com ela todos seriam punidos.
            Nervoso, mas preocupado o rei brigou com Annie, mas sensível pelo acontecido logo a abraçou, pois não poderia agüentar a idéia de perder a filha, porque ela era a coisa mais valiosa de sua vida. Miguel feliz com a cena sabia que ainda faltava algo, e saiu para que os dois pudessem conversar.
            Annie insistiu ao pai a verdade da mãe, pensando nas conseqüências passadas o pai cedeu à vontade da filha, pois não queria perdê-la novamente. E então contou a verdade desde o inicio.
-Conheci sua mãe numa viajem ao exterior, nos envolvemos muito e acabamos nos apaixonando. Ela era muito extrovertida, adorava sair com os amigos, ir a festas, amava aventuras. Como eu era jovem na época, também gostava de sair com ela, nos divertíamos muito.
          “Depois de um tempo namorando, ficamos noivos. Meus pais não concordaram com a idéia, pois a achavam muito fútil para mim, e que não serviria para suceder o trono. Mas não concordava com eles porque a amava muito e eu nunca a abandonaria, então eles não podiam fazer muita coisa. E então   


nos casamos e tivemos você, éramos uma família completa e cheia de amor.
              “Logo depois tive de suceder o trono. E quando você tinha 6 anos, ela saiu com uma amiga para escolher umas roupas, pois dias depois iríamos viajar, e quando estava voltando o motorista perdeu o controle do carro e caiu em um barranco. Foi o dia mais triste da minha vida.”
               “Lembro que ela falava que alguns lugares do castelo eram mágicos, e que no jardim existiam fadas, o algo parecido. Havia um lugar no jardim que ela sempre ia para ficar sozinha. Um dia antes de ela sofrer o acidente, ela disse que sua vida foi um verdadeiro conto de fadas. Eu nunca a via de mau humor, era sempre sorridente, ela dizia por que não tinha motivos para ficar triste.”
             O rei se emocionou ao lembrar-se de sua amada. Era muito difícil a ele falar da ex-esposa á filha. Annie ao ver a tristeza do pai, entendeu porque ele não gostava de lembrar dela. Ela também chorou muito ao pensar na mãe.
            Enquanto pai e filha conversavam, Miguel pensava em como seria seu futuro com a princesa, mas só via problemas, pois sabia que era pobre e o rei nunca aceitaria que sua filha se casasse com alguém como ele. Para evitar sofrer com ilusões, ele preferiu se afastar dela, sabendo que iria lhe doer muito, mas seria o melhor para os dois.
             Antes de dormir Annie procurou Miguel para agradecê-lo pelo seu dia, pelo olhar já se notava que estava muito apaixonada. Os dois se encontraram no jardim onde sempre se viam, Annie muito feliz e entusiasmada começou a contar como foi com o pai sem esconder a felicidade de estar perto de seu amor, Miguel estava muito apreensivo apesar de ficar contente pela princesa. Ele não poderia deixar que as coisas ficassem mais serias.
-Annie não podemos mais nos ver!
-Como assim?- perguntou sem entender o motivo.
-Não está certo o que eu estou fazendo com você.



-Você não está fazendo nada de errado. Pelo ao contrario, me fez sentir bem, viver momentos lindos, e me ajudou quando eu precisei e...
-Annie eu não gosto de você! Fiz aquilo por pena. Sei o quanto dói a falta de alguém da família, e não gostaria que me dissessem coisas horríveis dele. Desculpa, sei que não deveria ter deixado as coisas chegarem a esse ponto.
                 Miguel se foi para não ver a angustia de sua amada e sofrer ainda mais. A princesa se desmanchou em lagrimas, como se o mundo estivesse caído sobre ela. Não poderia imaginar que houvesse tanta tristeza em sua vida.
                Dias se passaram e brigas entre a princesa e Valéria eram constantes. Annie ainda sofria com o amor que sentia, mas acreditava que podia tirá-lo com a promessa de esquecer alguém que fora tão especial e que ainda lhe vinha à cabeça.                               Ela já não acreditava mais em magia, era algo do passado e que nunca existira para ela.
               Num dia o rei recebeu a visita de uns amigos, mas era mais que uma visita. Ao apresentar a filha aos amigos apresentou também ao filho deles, Pedro, que seria seu futuro namorado. Annie ficou encantada com o rapaz.
Quem sabe seria uma nova oportunidade, além disso, o garoto era muito bonito e elegante. Os dois saíram muitas vezes sozinhos para se conhecerem melhor.
Chegando o dia do casamento real, todos estavam atrás dos preparativos, e a noiva não escondia a preocupação. Annie ainda odiava a idéia, pois continuava não se relacionando muito bem com a futura madrasta.
               No relacionamento Annie e seu namorado estavam felizes, mas Annie ainda não escondia a paixão por Miguel. Ele também não conseguia esconder a tristeza de ver a pessoa que mais amava com outro. Sozinha a princesa decidiu ver o jardim, no lugar onde sempre costumava ir, mas tinha tempo que não ia, pois lhe trazia lembranças que queria esquecer.
              Ao chegar lá ela se espantou ao ver que tudo ao seu arredor estava sem vida. Ela não entendia o motivo de só aquele lugar estar assim.
            Num jantar com o namorado, Annie estava preocupada. Vendo a preocupação da princesa, Pedro perguntou o motivo:
-Por quê a preocupação?
-Estava pensando. Você acredita que uma parte do jardim do castelo está seco? Todas as flores murcharam...
-E daí? São apenas flores, é só jogar água. Tem coisas melhores para você pensar.
            Annie ficou constrangida, pois ele não sabia a importância daquele lugar em sua vida. Desde que Annie e Pedro começaram a sair, o rapaz se mostrou ser insensível e machista, e isso não agradava a princesa.
            No dia do casamento todos estavam felizes, na verdade quase todos, para a princesa seria o começo de um grande pesadelo. Para começar, Valéria foi ao quarto dela.
-Prepare-se Annie. Porque vou transformar sua vida em um inferno.
             Annie não se assustou, mas ficou preocupada com o que ela pretendia fazer. Para a surpresa das duas o rei viu tudo, mas não quis interferir, pois não queria estragar seu dia, mas que depois falava com a futura esposa.
              O casamento estava perfeito, todas as pessoas importantes estavam presentes, principalmente a imprensa para registrar cada momento que se passa. Todos estavam ansiosos e apreensivos.
              Quando a noiva entrou, todos se maravilharam com ela, o vestido era perfeito e cheio de brilhantes, aparentemente o que tinha de mais caro no casamento. No altar, na hora de os noivos aceitarem ficarem juntos para sempre, via a expectativa por toda a igreja, primeiramente o rei respondeu “sim”, depois era a vez de Valéria, e para o espanto de todo o mundo ela disse “não”.
-Não, não aceito me casar com você! Fiz isso apenas para você sentir o que passei quando você me deixou por aquela mulher que só fez você sofrer.
            


                 O acontecido virou polemica em todo o mundo. O rei ficou decepcionado. E percebeu que naquele momento nada era mais importante que sua filha, pois ela estava certa desde o inicio, mas ele nunca se importou com sua opinião.
                Amargurado e arrependido, o rei pediu desculpas para sua filha por não ter conseguido enxergar a maldade em Valéria, pois ela queria acabar com sua família e afastá-los só por vingança. O rei se arrependeu também de ter perdido tanto tempo da vida de sua filha e não ter a visto crescer, e queria recuperar todo o tempo perdido passando mais tempo com ela e deixando os compromissos em segundo plano.
                Annie e seu namorado foram dar um passeio, Pedro aproveitou a oportunidade para pedi-la em casamento, por coincidência Miguel estava por lá e viu. Annie sabendo que Miguel estava vendo aceitou o pedido o namorado e a cena acabou com um beijo do casal. Para comemorar Pedro mandou preparar um jantar para os dois ali mesmo no castelo.
               Após o consentimento do rei foi o jantar que seria na varanda. O lugar estava bem confortável, e apenas eles e alguns empregados estavam no castelo, pois o rei aproveitou que a filha estava acompanhada para resolver seus compromissos.
              O jantar estava bem romântico, com luzes de velas, shampaing á companhia de uma musica romântica. Pedro já havia bebido muito, e a convidou para dançar. Mas ele queria que aquela noite fosse além do que Annie esperava, e começou a agarrá-la, mas a princesa resistia e gritava, e como já estava tarde nenhum empregado a escutava, e ele continuava a beijá-la a força. Miguel a escutou gritar e foi ver o que era, ao ver o que estava acontecendo, Miguel o empurrou e pedia para que a deixasse em paz,  mas Pedro o repreendeu:
-Quem é você para me dizer o que devo ou não fazer?
--Eu sou o cara que está te impedindo de fazer uma loucura. Como você quer casar com uma princesa com esse comportamento?




   -Você não é nada, para me dizer isso, você é um inútil que não serve para nada. Vai cuidar de sua vida, se é que você tem uma vida, porque gente como você não tem vida.
Miguel não conseguiu se segurar ouvindo tudo e o deu um soco.                     Annie ficou impressionada, mas não o impediu. Muito machucado Pedro decidiu ir e deixou a princesa sem se despedir.
-É com um cara desses que pretende se casar?- perguntou Miguel. -Você merece coisa melhor.
-E o que é melhor para mim?
Sem responder ele a beijou, mas logo parou.
-Desculpe. Foi por impulso.
-E o que te fez fazer isso Miguel?
             Miguel não sabia o que responder e se foi sem dar nenhuma explicação. Annie quis saber o que havia entre os dois e o perguntou pela ultima vez:
-Você ainda não me respondeu por que você me beijou!
-Você quer a verdade?- Annie acenou que sim.
-Te beijei por que... Eu te amo Annie.
              Estou completamente apaixonado por você. Mas meu amor não pode ser correspondido porque você é uma princesa e eu apenas mais um de seus empregados.
Annie ficou emocionada com a atitude do garoto de se declarar a ela daquela forma, pois não esperava. E antes que o garoto se fosse, Annie falou sem pensar:
-Eu também amo você.
             Miguel se virou sem acreditar no que havia executado, e a princesa o abraçou e o beijou. Os dois muito felizes de saberem que se amavam, sabiam que o que mais queriam era ficarem juntos, mas primeiro teriam que enfrentar o rei. Os dois combinaram que Annie romperia com Pedro e falaria com o rei, mas Miguel não pareceu muito confiante. Annie o abraçou e prometeu que os dois ficariam juntos, e Miguel a prometeu que nunca iria desistir dela.
             No dia seguinte Annie não perdeu tempo e foi procurar o pai para falar que não queria se casar e contou o que Pedro tinha feito na noite passada, e disse também que amava outro homem. O rei concordou com a filha de não aceitar se casar com Pedro depois do que tinha feito e ficou curioso em saber quem era o rapaz que ela estava apaixonada. Ela ficou com medo de falar no inicio quem era o pretendente, mas tinha que falar.
-Miguel.
-Quem é esse garoto?
-A mãe dele trabalha aqui no castelo. É o filho da cozinheira.
-Você quer se casar com um empregado do castelo?- perguntou o rei para saber se Annie tinha certeza do que estava falando.
-Nós nos amamos pai!
-É claro que não vou deixar que você cometa um erro desses.
                O senhor sabe melhor do que eu, como é amar uma pessoa e sofrer pela ausência dela. O senhor teria a coragem de me deixar passar pelo que você passou com a mamãe e sofrer pelo resto da vida sozinha?- Annie o encarou, mas já aos prantos.
O rei entendeu que a filha estava falando serio e que realmente o amava. Pensando nos momentos que tinha passado com a amada e o quanto sofreram para ficarem juntos, não queria que a filha passasse pela aquela dor, e concordou com ela com a condição de conhecer o rapaz primeiro para ver se o aprovava.
               Annie ficou feliz como ele nunca tinha visto, ela o abraçou e o agradeceu por confiar nela. Aquele abraço fez o rei se sentir bem, pois nem se lembrava da ultima vez que tinha a abraçado com tanto amor e carinho.
              Após dias conhecendo Miguel, o rei percebeu qualidades nele que não encontrava em muitas pessoas, reconheceu que ele seria a pessoa ideal para suceder o trono e que só ele seria capaz de fazer sua filha tão feliz.
               Annie chamou Miguel para ir até o jardim, e ela se surpreendeu ao ver que tudo estava maravilhoso e cheio de vida.
-Você sente a magia?- perguntou Annie.
-Sinto a magia aqui. - disse Miguel apontando para o coração.
              Isso fez Annie se lembrar de seu sonho, mas agora ela entendia o significado. Miguel sabia a importância daquele lugar



 na vida de Annie e para os dois, e sabia que seria o lugar e o momento ideal para pedi-la em casamento.
O rei abençoou o casal e percebeu que era a maneira de se desculpar com sua filha pela sua falta durante tanto tempo.
Dias depois Annie e Miguel se casaram, e viveram felizes para sempre.


4 comentários:

  1. naum é nem um pouquinho grande ...mas garanto a vcs q é uma historia mto romantica

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  2. Muito bom!
    Copiamos tudo de você! HAHAHAH
    Obrigado Tetefs! :*

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  3. Amei sua historia copiando tudo ����

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